O Ministério Público Militar oficializou na última terça-feira, 11, a assinatura do Termo de Adesão ao Acordo de Cooperação n.º 082/2025/MP. O documento amplia o acesso do órgão ao Reactor, ferramenta da Chainalysis usada para rastrear transações com criptomoedas e apoiar investigações de fraudes digitais. A iniciativa reforça a atuação do MPM em um cenário onde crimes envolvendo criptoativos se tornam cada vez mais sofisticados.
O anúncio foi feito durante a 9ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais, encontro que reuniu autoridades do Ministério Público em Brasília. O termo foi assinado pelo procurador-geral de Justiça Militar, Clauro Roberto de Bortolli, e amplia o acesso do MPM a soluções especializadas em análise de transações digitais.
Ferramenta usada por autoridades internacionais
O Reactor é utilizado por órgãos de investigação no mundo inteiro e funciona como uma plataforma visual que rastreia fluxos de criptomoedas. Ele permite mapear endereços suspeitos, identificar conexões ocultas e acompanhar o caminho do dinheiro em redes blockchain, algo essencial para desvendar golpes e esquemas de lavagem de ativos digitais.
Enquanto transações bancárias tradicionais contam com intermediários, as operações em blockchain exigem outro tipo de leitura. Cada envio ou recebimento deixa um registro público, mas associar esses registros a pessoas ou organizações demanda conhecimento técnico e análise profunda. É nesse ponto que o software se destaca, oferecendo recursos que transformam dados dispersos em trilhas claras para os investigadores.
A adesão do MPM não envolve repasse financeiro entre instituições. Cada órgão arcará com seus custos, mantendo as condições definidas no acordo original já firmado por outros Ministérios Públicos. Rondônia, Rio Grande do Norte, Amazonas e Mato Grosso do Sul também aderiram recentemente, fortalecendo a rede investigativa nacional.
Cooperação ganha força em meio ao avanço dos crimes digitais
O uso crescente de criptomoedas em fraudes e golpes tem pressionado autoridades a ampliar sua capacidade de resposta. Investigações que envolvem promessas de rendimento, pirâmides financeiras e movimentações internacionais dependem de ferramentas que permitam identificar padrões e conexões que não aparecem de imediato.
Durante o encontro do CNPG, procuradores debateram temas ligados à segurança jurídica e ao uso de dados sensíveis em investigações. O avanço do ambiente digital exige novas estratégias, e a integração entre os Ministérios Públicos tem sido vista como um caminho para melhorar a eficiência em casos complexos.
Com a adesão ao acordo, o MPM reforça sua estrutura tecnológica e se prepara para conduzir apurações mais rápidas e precisas. A expectativa é que o uso do Reactor contribua para desvendar operações suspeitas, apoiar a prevenção de crimes financeiros e acompanhar a evolução do mercado cripto no Brasil.