O Banco Central (BC) voltou a se manifestar sobre o futuro do Drex, projeto que busca criar uma versão digital do real e modernizar o sistema financeiro brasileiro. Depois da repercussão causada pela decisão de desativar a plataforma usada nas fases iniciais do programa, a autoridade monetária esclareceu que a iniciativa segue prioritária e estratégica. 

O objetivo final, segundo o BC, continua sendo a tokenização de ativos com uma moeda própria de liquidação. As informações foram divulgadas em nota enviada ao Valor Econômico.

Interrupção da tecnologia blockchain é temporária

De acordo com o comunicado, o desligamento da tecnologia de registro distribuído (DLT), base das blockchains, é apenas temporário. A pausa serviria para acelerar o desenvolvimento da próxima etapa do Drex, que será voltada ao uso de ativos tokenizados como garantia de operações de crédito. O BC argumenta que a mudança busca otimizar a infraestrutura e facilitar os testes de integração com o sistema financeiro tradicional.

Em nota, a instituição afirmou que “o Projeto Drex segue como prioritário e estratégico para o Banco Central, sendo parte fundamental da oferta de serviços financeiros mais eficientes, ágeis e seguros”. O órgão também informou que a chamada “fase 3” do projeto começará no próximo ano, com foco na conciliação de gravames, permitindo que bens registrados em nome de pessoas físicas ou jurídicas possam ser usados como garantia de crédito.

Próximas etapas e meta de moeda digital

Mesmo sem a DLT nesta fase, o BC reiterou que a tecnologia blockchain continua no radar. Após a conclusão da etapa atual, a intenção é retomar os testes com o registro distribuído para garantir interoperabilidade, programabilidade e o uso de contratos inteligentes, características consideradas essenciais para a criação de um ecossistema financeiro digital.

A autoridade monetária reforçou ainda que “a tokenização de ativos na plataforma, com o uso de moeda de liquidação oferecida pelo Banco Central, permanece como o objetivo final do projeto Drex”. Em outras palavras, o plano de criar uma moeda digital nacional para liquidar transações de ativos tokenizados segue de pé.

Assim, a criação de um real digital para liquidação de ativos tokenizados continua entre as metas do Banco Central, confirmando que o projeto Drex não foi abandonado, mas sim ajustado para uma nova fase de desenvolvimento.