Estudo mostra que Brasil negociou R$ 1,7 trilhão em criptomoedas no último ano

Relatório da Chainalysis aponta liderança brasileira na América Latina com salto de 109,9% em transações cripto.

O Brasil registrou um avanço expressivo no mercado de criptoativos nos últimos 12 meses. Segundo dados do Geography of Cryptocurrency Report, estudo anual da Chainalysis, o país movimentou US$ 318,8 bilhões, aproximadamente R$ 1,7 trilhão, entre julho de 2024 e junho de 2025, o que representa um crescimento de 109,9% em relação ao período anterior. Esse número reafirma a posição do Brasil como o maior mercado cripto da América Latina, superando Argentina, México, Venezuela e Colômbia nesse período.

Além do volume impressionante, o relatório aponta que o Brasil se destaca pela diversidade das transações. Tanto grandes transferências institucionais quanto operações do varejo cresceram de forma consistente, um sinal de amadurecimento do mercado e de maior uso das criptomoedas no dia a dia. Em termos comparativos, a Argentina movimentou US$ 93,9 bilhões (R$ 500 bilhões), o México US$ 71,2 bilhões (R$ 379 bilhões), a Venezuela US$ 44,6 bilhões (R$ 238 bilhões) e a Colômbia US$ 44,2 bilhões (R$ 236 bilhões).

A Chainalysis explica que boa parte desse crescimento está relacionada às stablecoins, criptomoedas atreladas ao valor de moedas tradicionais, como o dólar, euro ou até o real. Segundo o levantamento, cerca de 90% dos fluxos cripto no Brasil envolvem esse tipo de ativo. Esse movimento indica que os usuários brasileiros estão usando cada vez mais stablecoins para transações cotidianas, pagamentos internacionais e preservação de valor em momentos de volatilidade cambial.

Outro dado relevante do estudo é a predominância das exchanges centralizadas na região. Aproximadamente 64% das negociações de ativos digitais na América Latina ocorrem nessas plataformas, em vez de operações realizadas em ambientes descentralizados ou carteiras de autocustódia. Esse comportamento revela uma possível preferência dos usuários por plataformas que oferecem maior conveniência, liquidez e suporte ao cliente.

No recorte de julho de 2024 a junho de 2025, a América Latina como um todo movimentou US$ 1,5 trilhão, o que equivale a algo em torno de R$ 8 trilhões. Com o Brasil liderando o movimento, a expectativa é que o ambiente regulatório evolua, integrando provedores de ativos virtuais e instituições financeiras, e que o mercado continue atraindo novos investidores, empresas e usuários para o ecossistema cripto.

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