Cofundador da Ethereum defende a Base e soluções de L2

Vitalik Buterin reforça que a Base segue modelo não custodial, garante proteção dos fundos na Layer 1 e responde críticas sobre centralização nas soluções de segunda camada.

O co-fundador do Ethereum, Vitalik Buterin, saiu em defesa da Base, solução de segunda camada construída sobre a blockchain do Ethereum. Em uma série de publicações no X, Buterin afirmou que a rede “está fazendo as coisas da maneira certa” ao equilibrar recursos centralizados que melhoram a experiência do usuário (UX) com a segurança fornecida pela camada principal da Ethereum.

Segundo ele, a Base não tem acesso direto aos fundos dos usuários e, portanto, não pode bloqueá-los ou retirá-los arbitrariamente. Esse modelo, conhecido como não custodial, é considerado um dos pilares que diferenciam as soluções de Layer 2 (L2) de servidores comuns, já que a custódia permanece protegida na Layer 1 (Ethereum).

Buterin também comentou sobre a crescente desconfiança em torno de ferramentas como o L2Beat, site que monitora métricas de segurança e uso em redes L2. “Muita gente tem confundido análises técnicas com algum tipo de autoridade exagerada”, escreveu. Para o desenvolvedor, os dados apresentados por esses projetos refletem propriedades concretas que protegem o usuário contra riscos como golpes ou bloqueios de ativos.

A Base foi lançada em agosto de 2023 e rapidamente ganhou espaço no mercado, chegando a superar US$ 15 bilhões em valor total bloqueado (TVL) em diferentes momentos de 2024 e 2025, segundo dados de plataformas de análise. Construída com base no OP Stack, estrutura de código aberto desenvolvida pela Optimism, a rede se consolidou como uma das principais alternativas entre as soluções de escalabilidade do Ethereum, ao lado de nomes como Arbitrum e a própria Optimism.

Apesar do crescimento, a Base enfrenta críticas por ter sido incubada pela exchange Coinbase. Para parte da comunidade, esse vínculo levanta questionamentos sobre possíveis riscos de centralização. O gestor de investimentos Justin Bons, fundador da CyberCapital, chegou a afirmar em seu perfil do X que, em tese, a rede poderia “roubar instantaneamente todos os fundos dos usuários”, uma vez que há chaves de administração controladas por um conselho de segurança.

Buterin rebateu essa visão, explicando que mesmo em cenários extremos, usuários têm caminhos automáticos para recuperar seus fundos caso uma L2 seja encerrada. Ele citou como exemplo mecanismos de retirada já testados no Ethereum, que permitem transferir ativos de volta para a Layer 1 sem a necessidade de intervenção da própria L2.

Em outra publicação, Buterin detalhou que, no estágio atual de desenvolvimento das L2s, decisões de emergência podem ser tomadas por conselhos de segurança, mas sempre com limites. Para ele, isso não caracteriza custódia direta sobre os fundos. “As L2s são extensões do Ethereum, não servidores glorificados que apenas enviam dados”, afirmou.

Com as declarações, o criador do Ethereum reforça a posição de que soluções como a Base são fundamentais para o futuro da escalabilidade da rede. Ao mesmo tempo, tenta afastar críticas de que o modelo comprometeria a descentralização, lembrando que garantias técnicas já existentes no Ethereum oferecem camadas adicionais de proteção aos usuários.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Explore notícias por tema: