Entenda as stablecoins e como elas ajudam a sustentar o mercado de criptomoedas

Com a proposta de reduzir a volatilidade característica do mercado cripto, as stablecoins oferecem estabilidade nas operações, ampliam a confiança dos usuários e reforçam a infraestrutura necessária para a expansão da Web3.

Em um mercado conhecido por sua volatilidade, um tipo de criptomoeda se tornou essencial para o dia a dia de investidores e usuários. As stablecoins, ou moedas estáveis, movimentam hoje centenas de bilhões de dólares e ajudam a dar fôlego a um ecossistema que, por natureza, vive de altos e baixos.

Mas afinal, o que são stablecoins e por que elas são tão importantes?

Como o próprio nome indica, stablecoins são criptomoedas desenhadas para manter um valor estável. O mais comum é que sejam pareadas a uma moeda fiduciária, como o dólar americano, o euro ou, em casos mais locais, o real. A lógica é simples: um token de stablecoin equivale a uma unidade da moeda de referência.

A proposta nasceu para resolver um dos maiores desafios das criptomoedas: a imprevisibilidade. Imagine tentar pagar por um serviço ou enviar dinheiro usando uma moeda que pode perder ou ganhar 10% de valor em um único dia. O risco é alto demais para a maioria das pessoas e negócios. Foi aí que surgiram as stablecoins, permitindo transações previsíveis em um ambiente onde a volatilidade é regra.

Hoje, moedas como USDT (Tether), USDC (USD Coin), DAI e até o BRZ, uma stablecoin brasileira atrelada ao real, são amplamente usadas em todo o mercado. Elas servem para liquidez em exchanges, pagamentos internacionais, operações DeFi e até em casos de proteção contra inflação.

Mas como elas conseguem manter esse valor estável?

Existem diferentes modelos. No caso das stablecoins lastreadas em moeda fiduciária, a mais comum, cada token emitido é garantido por uma reserva em dinheiro ou ativos líquidos. Ou seja, para cada USDT ou USDC circulando, deve existir um dólar correspondente em conta ou equivalente. Isso cria a paridade um para um.

Outro modelo usa criptomoedas como garantia. É o caso da DAI, emitida pelo protocolo MakerDAO. Para garantir que cada DAI valha um dólar, o sistema exige que o usuário deposite o equivalente em cripto, como Ethereum, com uma margem extra de segurança. Assim, mesmo que o preço do colateral oscile, a paridade do DAI se mantém.

Há ainda as stablecoins algorítmicas, que tentam manter o equilíbrio por meio de mecanismos automáticos. Quando o preço da moeda sobe, mais tokens são emitidos; quando cai, tokens são retirados de circulação. No entanto, esse modelo se mostrou frágil em muitos casos. O colapso da UST, da rede Terra, em 2022, expôs os riscos desse tipo de abordagem e gerou perdas bilionárias. Por isso, mesmo entre as stablecoins, nem tudo é igual. Entender como cada uma é lastreada e quem está por trás do projeto é essencial.

Outro ponto importante é a transparência. Stablecoins como o USDC publicam auditorias regulares e detalhadas sobre suas reservas. Já o Tether (USDT), embora muito popular, enfrenta críticas por falta de transparência completa sobre o lastro.

No Brasil, stablecoins também ganham espaço. O BRZ, por exemplo, permite a negociação de reais em exchanges internacionais e facilita a entrada de brasileiros em plataformas globais. A tokenização de moedas locais é uma tendência crescente, abrindo novas possibilidades para transações internacionais e proteção cambial.

Mas vale o alerta: mesmo stablecoins exigem estudo e cuidado. Não se deve assumir que toda moeda pareada a uma fiduciária é totalmente segura. Sempre há riscos, seja de gestão, de mercado ou de regulação.

Órgãos reguladores ao redor do mundo já discutem normas para garantir mais segurança e transparência nesse segmento, que cresce rapidamente. Afinal, stablecoins hoje movimentam volumes que rivalizam com grandes sistemas de pagamentos tradicionais.

Antes de utilizar ou armazenar valores em stablecoins, é importante avaliar alguns pontos essenciais. É preciso entender de que forma elas são lastreadas, quem é o emissor responsável e se há auditorias independentes que garantam a transparência da operação. Também deve-se considerar a reputação da stablecoin no mercado e verificar se ela é amplamente aceita nos principais protocolos e exchanges.

Diversificar stablecoins e manter-se atento às notícias do mercado são práticas recomendadas. Se bem utilizadas, essas moedas digitais oferecem uma ponte eficiente entre o universo cripto e o sistema financeiro tradicional. Tornam mais simples enviar dinheiro, preservar valor e operar em DeFi.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Explore notícias por tema: