O noticiário cripto fechou a semana com a agenda cheia. O Banco Central atualizou a forma de registrar transações com ativos digitais no balanço de pagamentos. A Tether investiu na brasileira Parfin para acelerar liquidações em blockchain na região. O Texas confirmou a primeira compra estatal de Bitcoin nos Estados Unidos. A Binance voltou ao centro de um processo nos tribunais americanos. E a queda recente das criptos reduziu bilhões do patrimônio de Donald Trump, segundo a Forbes. Abaixo, o que importa em linguagem direta.
BC revisa metodologia e separa operações com cripto no balanço de pagamentos
O Banco Central passou a classificar criptoativos de forma distinta nas contas externas, seguindo recomendações do FMI. Ativos sem passivo correspondente, como Bitcoin, entram como ativos não financeiros na Conta de Capital. Ativos com passivo correspondente, como stablecoins, passam a compor a Conta Financeira. A mudança foi possível porque os contratos de câmbio passaram a identificar o nome do criptoativo negociado. Séries desde 2019 foram revisadas e novas tabelas serão disponibilizadas no SGS. O relatório também trouxe outubro de 2025: déficit em transações correntes de US$ 5,1 bilhões, IDP de US$ 10,9 bilhões e reservas em US$ 357,1 bilhões. O objetivo é retratar com mais precisão a economia digital e fortalecer a base estatística para decisões públicas e privadas.
Tether investe na Parfin e mira liquidação institucional na América Latina
A Tether fez um aporte estratégico na Parfin para ampliar o uso do USDT em aplicações de grande porte. A parceria busca acelerar modelos de liquidação em blockchain para bancos, gestoras e grandes empresas, com foco em operações internacionais, tokenização de ativos e mercados de crédito. A Parfin reforça seu papel como infraestrutura institucional, unindo escalabilidade, segurança e conformidade. Para a Tether, a região é um polo de casos de uso reais e deve ganhar velocidade com on-ramps e off-ramps conectando o sistema tradicional ao digital.
Texas confirma primeira compra estatal de Bitcoin e inaugura nova fase nos EUA
O governo do Texas adquiriu US$ 5 milhões em Bitcoin como parte de um orçamento de US$ 10 milhões reservado para a estratégia pública. A execução inicial ocorreu via ETF IBIT, da BlackRock, enquanto o estado estrutura custódia própria sob a Texas Treasury. A intenção é construir exposição gradual ao ativo e abrir debate sobre reservas públicas, riscos operacionais e impacto fiscal. O movimento coloca o Texas na vanguarda da adoção institucional e pode influenciar outras jurisdições estaduais.
Binance volta ao alvo na Justiça dos EUA por supostas transações ligadas ao Hamas
Mais de 300 famílias americanas processaram a exchange alegando falhas de controles que teriam permitido movimentações associadas ao Hamas. O processo cita práticas como carteiras compartilhadas, registros por períodos curtos e verificações de identidade consideradas frágeis. O caso se soma ao histórico jurídico da empresa, que em 2023 pagou US$ 4,3 bilhões em acordo por violações de PLD e sanções. A nova ação reacende o debate sobre responsabilidade das plataformas e padrões de transparência no mercado global.
Queda das criptos reduz patrimônio de Donald Trump em R$ 5,94 bilhões
A desvalorização recente do mercado derrubou ações da Trump Media and Technology Group e pressionou tokens ligados à família, como WLFI. A Forbes estima patrimônio atual em US$ 6,2 bilhões, abaixo do pico de US$ 7,3 bilhões no ano passado. Resultados operacionais fracos, perdas contábeis em cripto e a forte volatilidade do setor explicam a retração. A exposição de Trump ao universo digital segue elevada e deve continuar influenciando sua fortuna.
O quadro geral
O Brasil ajusta a régua estatística para medir melhor o fluxo cripto. A América Latina ganha um empurrão institucional com Tether e Parfin. Um estado americano coloca Bitcoin no caixa público. A maior exchange do mundo enfrenta novas cobranças por governança. E a volatilidade segue capaz de reprecificar grandes fortunas em poucos dias. O recado da semana é claro: o mercado avança, mas a agenda de confiança, dados e controles permanece no centro da cena.