A Tether anunciou na última quinta-feira, 20, um investimento estratégico na Parfin, empresa especializada em custódia, tokenização, negociação e gestão de ativos digitais. O acordo reforça o avanço do USDT como ferramenta de liquidação entre instituições financeiras e busca acelerar o uso de soluções blockchain em operações de alto valor na América Latina.
Expansão do USDT e novos modelos de liquidação
Com o aporte, a Tether quer ampliar o acesso institucional ao USDT, stablecoin que mantém paridade com o dólar e se tornou referência global em liquidez. A empresa mira aplicações de grande escala, como operações internacionais, tokenização de ativos reais e mercados de crédito baseados em recebíveis financeiros.
Esses mercados movimentam cifras relevantes e, ao serem digitalizados, tendem a ganhar velocidade e transparência. Um exemplo são operações de trade finance, que frequentemente envolvem transações de milhões de dólares. Nesse cenário, o uso de USDT permite liquidações internacionais quase instantâneas, reduzindo custos e etapas intermediárias.
Parfin se fortalece como infraestrutura institucional
A Parfin, fundada no Brasil, se consolida como uma das empresas mais influentes na construção de infraestrutura blockchain para instituições. Suas soluções foram desenvolvidas para atender padrões rigorosos de conformidade e privacidade, pontos essenciais para bancos, gestoras e empresas que lidam com volumes elevados.
O investimento da Tether fortalece o papel da Parfin como ponte tecnológica entre o sistema financeiro tradicional e o ambiente digital. A combinação de escalabilidade, segurança e adequação regulatória é considerada central para permitir que grandes players adotem blockchain sem elevar riscos operacionais.
Visão das empresas sobre o avanço regional
Paolo Ardoino, CEO da Tether, afirmou que a América Latina se tornou um dos polos mais relevantes para o desenvolvimento de casos de uso reais envolvendo ativos digitais. Segundo ele, o investimento na Parfin reforça a estratégia de ampliar o acesso global ao USDT e facilitar operações para indivíduos e instituições.
Já Marcos Viriato, CEO da Parfin, destacou que o aporte valida a visão da empresa de levar o sistema financeiro global para dentro da blockchain, de forma segura e compatível com exigências regulatórias. Para ele, o uso do USDT dentro das soluções da Parfin deve acelerar a adoção de modelos digitais de liquidação em toda a região.
América Latina cresce em uso institucional de criptoativos
O relatório Geography of Cryptocurrency 2025, da Chainalysis, mostrou que a América Latina movimentou quase $1.5 trilhão (R$ 8,08 trilhões) em transações com criptoativos. O número coloca a região entre as mais ativas do mundo e chama atenção pelo peso crescente do uso institucional.
Regulações mais claras em vários países e o avanço de infraestruturas especializadas têm atraído bancos, empresas e gestores que buscam migrar parte de suas operações para ambientes digitais.
Um marco para a infraestrutura financeira do continente
O investimento da Tether na Parfin marca um novo momento para o ecossistema latino-americano. A parceria tende a acelerar a adoção de soluções baseadas em blockchain, ampliar o uso de USDT em aplicações institucionais e fortalecer a posição da região como protagonista da inovação financeira global.
Em um cenário que exige operações mais rápidas, eficientes e transparentes, iniciativas como essa ajudam a aproximar o mercado tradicional da tecnologia que molda o futuro das finanças.