Semana intensa no mundo cripto: stablecoins em destaque, avanço regulatório e novas alianças globais

De Tóquio a Brasília, o setor viveu dias de novidades marcadas por lançamentos, colaborações e medidas que reforçam o amadurecimento do mercado.

O mercado de criptomoedas encerrou a semana com uma combinação de notícias que mostram o quanto o setor segue evoluindo em escala global.

Entre a expansão das stablecoins, novas parcerias entre gigantes do sistema financeiro e o avanço da regulação no Brasil, a criptoeconomia manteve o ritmo de crescimento e consolidou sua presença nas discussões sobre o futuro do dinheiro digital.

World Liberty Financial anuncia airdrop de 8,4 milhões em criptomoedas

A World Liberty Financial (WLF), empresa ligada à família Trump, lançou o primeiro airdrop do programa USD1 Points, distribuindo 8,4 milhões de tokens WLFI a usuários que ajudaram a impulsionar o uso da stablecoin USD1.

Em apenas dois meses, o projeto movimentou cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões) e tem como objetivo fortalecer o ecossistema da stablecoin, integrando recompensas, soluções de pagamento e plataformas DeFi. As distribuições serão feitas por exchanges como Gate, KuCoin, LBank, HTX, Flipster e MEXC.

A iniciativa busca colocar o USD1 entre as dez maiores stablecoins do mundo e reforçar a presença da família Trump no setor financeiro digital. O desafio agora é manter o ritmo de adoção e consolidar a confiança dos usuários em meio a um mercado cada vez mais competitivo.

Coinbase e Citi firmam aliança para expandir o uso de cripto em transações globais

A Coinbase anunciou uma parceria estratégica com o Citi para criar uma infraestrutura segura e escalável de pagamentos em blockchain, conectando moedas fiduciárias e digitais em uma mesma rede.

A solução permitirá que empresas movimentem recursos de forma mais rápida e barata, utilizando tanto contas bancárias tradicionais quanto ativos digitais. O foco é integrar o sistema financeiro global à tecnologia blockchain, oferecendo liquidação quase instantânea e redução de custos operacionais.

O acordo marca mais um passo na aproximação entre instituições financeiras e o universo cripto, ampliando as pontes entre bancos, gestoras e empresas que buscam adotar tecnologias digitais com segurança regulatória.

JPYC lança a primeira stablecoin lastreada em iene e inicia operações no Japão

O Japão entrou oficialmente na era das stablecoins com o lançamento da JPYC, a primeira moeda digital totalmente lastreada em iene japonês. A stablecoin foi emitida sob a nova legislação de “instrumento de pagamento eletrônico” e pode ser trocada na proporção de 1:1 com o iene, com reservas garantidas em depósitos e títulos públicos.

A empresa também lançou a plataforma JPYC EX, que permite a compra e o resgate dos tokens diretamente por meio de contas bancárias, conectando o sistema financeiro tradicional ao ambiente blockchain.

Com parcerias em grandes redes de varejo e fintechs, a JPYC espera alcançar até 10 trilhões de ienes (R$ 360 bilhões) em emissões nos próximos três anos. O projeto é considerado um marco para o país e deve acelerar a digitalização das finanças no mercado asiático.

Ferrari prepara token para leiloar carro tricampeão em Le Mans

A Ferrari confirmou o desenvolvimento do Token Ferrari 499P, um ativo digital criado em parceria com a fintech italiana Conio. O token será usado em um leilão exclusivo do modelo 499P, carro tricampeão nas 24 Horas de Le Mans, e marca a entrada da montadora em um novo formato de interação com colecionadores e investidores.

A iniciativa reforça a estratégia da marca de unir tradição e tecnologia, conectando o prestígio do automobilismo à economia digital. A Ferrari já aceita Bitcoin, Ethereum e USDC como formas de pagamento em mercados como os Estados Unidos e a Europa e agora amplia sua presença no universo cripto.

O projeto ainda depende de aprovação regulatória sob o marco europeu de criptoativos MiCA, previsto para 2026, e deve estrear oficialmente em 2027, durante a temporada do Campeonato Mundial de Endurance.

Banco Central abre consulta para definir regras de exposição a criptoativos

Encerrando a semana, o Banco Central do Brasil abriu a Consulta Pública nº 126/2025, que pretende definir como bancos e instituições financeiras devem registrar e gerenciar sua exposição a criptoativos.

A proposta cria regras de capital mínimo, limites de exposição e critérios de risco, aproximando o Brasil das recomendações do Comitê de Basileia, referência global na regulação bancária.
Os ativos digitais serão divididos por categorias, conforme o nível de risco, e as novas normas devem entrar em vigor a partir de 2027, com um período de adaptação que começa em julho de 2026.

O BC afirmou que o objetivo é equilibrar inovação e segurança, reduzindo riscos sistêmicos e criando um ambiente mais previsível para a integração entre o sistema financeiro tradicional e o mercado cripto.

Um setor em consolidação global

Da Ásia à América Latina, a semana mostrou que o setor de criptomoedas vive um momento de expansão e amadurecimento.
Enquanto países como o Japão testam stablecoins nacionais e o Brasil define parâmetros de exposição bancária, empresas globais como a Coinbase e a World Liberty Financial ampliam o alcance das finanças digitais.

O mercado caminha para um cenário em que inovação, regulação e integração tecnológica passam a coexistir, moldando uma nova fase da economia digital.

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