O Brasil se firmou de vez entre os principais mercados de criptomoedas do mundo. De acordo com o Country Crypto Adoption Index 2025, divulgado pela TRM Labs, o país aparece em 5º lugar global no uso de criptoativos entre janeiro e julho deste ano. O resultado coloca o Brasil à frente de economias como Indonésia, Vietnã e Japão e confirma seu papel de destaque na América Latina.
O estudo aponta que o interesse por criptomoedas continua crescendo em todo o mundo. Nos Estados Unidos, o volume de transações aumentou cerca de 50%, enquanto no Sul da Ásia a alta foi de 80%. Na América Latina, o avanço é impulsionado principalmente por fatores econômicos, como a inflação e a desvalorização das moedas locais. No Brasil, as criptos vêm ganhando espaço como alternativa para investimentos, remessas e operações financeiras do dia a dia.
Stablecoins se tornam protagonistas
As stablecoins, criptomoedas atreladas a moedas tradicionais como o dólar, são um dos principais motores desse crescimento. Segundo a TRM Labs, elas já representam 30% de todas as transações globais, com um volume que chegou a US$ 4 trilhões (cerca de R$ 21,6 trilhões) entre janeiro e julho de 2025, o maior já registrado.
Mais de 90% dessas stablecoins estão ligadas ao dólar americano, sendo o Tether (USDT) e o USD Coin (USDC) os principais nomes do mercado. No Brasil, esse tipo de ativo tem se tornado cada vez mais popular por oferecer estabilidade e praticidade em transferências e pagamentos internacionais.
Adoção e regulação avançam na região
A presença do Brasil no top 5 global mostra a evolução do mercado local. O país tem atraído exchanges licenciadas, bancos e fintechs interessados em explorar novas soluções em blockchain. Além disso, o avanço das regras do Banco Central para prestadores de serviços de ativos virtuais (SPSAVs) e a atuação da Receita Federal na tributação digital têm criado um ambiente mais seguro e transparente para os investidores.
O Brasil também puxa o crescimento da América Latina. A Venezuela aparece em 11º lugar e a Argentina em 18º, o que reforça a força da região no cenário cripto. Em países com moedas instáveis e restrições cambiais, as stablecoins vêm sendo usadas como forma de preservar valor e facilitar o acesso a serviços financeiros digitais.
Um mercado em transformação
A TRM Labs destaca que o avanço das criptomoedas é resultado de diferentes fatores, que variam conforme as condições econômicas e o ambiente regulatório de cada país. Em alguns lugares, o crescimento foi estimulado por regras mais claras e pela entrada de instituições financeiras. Em outros, aconteceu mesmo diante de restrições ou proibições formais.
O relatório afirma que as criptomoedas estão se tornando parte do sistema financeiro global, um sinal de amadurecimento do setor. As stablecoins, em especial, têm papel central nesse processo, ao oferecer uma ponte entre o mundo das moedas digitais e o sistema tradicional.
Com a regulação avançando e o interesse público aumentando, a expectativa é que 2026 marque uma nova etapa para o mercado cripto. O Brasil, com seu ecossistema inovador e crescente base de usuários, deve seguir entre os países mais relevantes dessa transformação que leva o universo das criptomoedas para além da especulação e cada vez mais perto do cotidiano das pessoas.