No mercado de criptomoedas, o termo whale, que significa baleia em inglês, é usado para se referir a carteiras que possuem uma quantidade muito grande de um ativo digital. Essas grandes detentoras têm tamanho suficiente para alterar preços, provocar reações em cadeia e influenciar o sentimento do mercado.
Uma whale pode ser uma pessoa, um fundo de investimento, uma empresa ou até uma corretora que mantém reservas significativas de moedas digitais. No caso do Bitcoin, costuma-se considerar baleia toda carteira que possui entre mil e cinco mil unidades da moeda, o que representa dezenas de milhões de dólares sob controle de um único investidor.
Como o mercado classifica os perfis de investidores
Analistas e investidores utilizam uma escala simbólica para dividir os perfis de acordo com a quantidade de criptomoedas detidas. Essa classificação serve como um retrato do comportamento das diferentes camadas do mercado.
Carteiras com menos de 1 BTC são chamadas de camarões. Entre 1 e 10 BTC são conhecidas como caranguejos. As que têm entre 10 e 50 BTC são chamadas de polvos, entre 50 e 100 BTC são peixes, entre 100 e 500 BTC são golfinhos, entre 500 e mil BTC são tubarões e, por fim, entre mil e cinco mil BTC são as baleias. Acima disso estão as chamadas baleias gigantes, conhecidas como humpbacks.
Essas categorias são adotadas pela comunidade e ajudam a entender o comportamento dos investidores. Quando as baleias começam a comprar, o mercado tende a interpretar como um sinal de confiança. Já quando elas vendem grandes volumes, o sentimento muda rapidamente.
Por que as baleias movimentam o mercado
As baleias têm um impacto tão grande porque o mercado de criptomoedas ainda é sensível à oferta e demanda. Quando uma dessas carteiras decide vender centenas ou milhares de bitcoins, a oferta aumenta de forma brusca e o preço tende a cair. Da mesma forma, compras volumosas podem gerar valorização imediata e criar uma onda de otimismo entre os investidores menores.
Plataformas especializadas acompanham essas movimentações em tempo real e emitem alertas sempre que uma transferência milionária ocorre. Em muitos casos, apenas a notícia de que uma baleia está ativa já é suficiente para alterar o comportamento do mercado.
Embora algumas baleias ajam com objetivos de curto prazo, outras acumulam criptomoedas com visão de longo prazo. Também há aquelas que representam instituições financeiras e corretoras, responsáveis por custodiar os fundos de milhões de usuários. Nesses casos, as movimentações podem estar ligadas a reorganizações internas e não necessariamente à venda ou compra no mercado.
Um indicador de confiança
Observar o comportamento das baleias é uma prática comum entre analistas. Quando há grandes retiradas de bitcoins das exchanges para carteiras privadas, entende-se que os investidores estão dispostos a manter seus ativos guardados, o que costuma ser um sinal positivo. Já transferências em sentido contrário, das carteiras privadas para as exchanges, geralmente indicam intenção de venda, o que tende a pressionar os preços.
Em um mercado tão volátil e imprevisível como o das criptomoedas, acompanhar o que fazem as baleias ajuda a identificar tendências e antecipar movimentos. Saber quem são e como agem essas grandes carteiras é essencial para quem quer navegar com mais segurança nesse oceano digital.